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O chique virou brega

Vítor Gabriel
30 de set. de 2017
2 min de leitura

A venda e compra de artigos usados é uma alternativa sustentável que acontece desde muito tempo. E por mais que essa alternativa tenha se encaixado nos moldes contemporâneos, sua história faz com que esse costume seja ainda mais atrativo. No Brasil chamamos essa prática de Brechó, a tal venda e compra de roupas ou artigos usados.

As primeiras lojas de segunda mão do mundo surgiram no século 19, por consequência das crises geradas pela 1ª e 2ª guerra mundial. No Brasil não foi diferente, e o nome “brechó” se deu pela primeira loja do tipo, chamada: “Casa do Belchior”. Localizada na cidade do Rio de Janeiro, a loja ficou tão famosa que o nome Belchior ficou associado a estabelecimentos que vendiam produtos usados e com o passar do tempo de Belchior passou a ser “Brechó”.

Porém, os primeiros relatos são que os brechós tem sua origem em um comércio que acontecia na Europa a céu aberto, chamado grosseiramente de “mercado de pulgas”. Por serem produtos de segunda mão, as pessoas, que considero burguesas, pensavam que as mercadorias tivessem má higiene e até pragas, como as pulgas.

Você Já parou para pensar sobre o passado da blusinha descolada que comprou no brechó? Dona Celina é fundadora do brechó Fina Estampa no centro da cidade de Juiz de Fora e está há mais de trinta anos no universo das vendas de segunda mão. Ela diz sempre pensar na retrospectiva da roupa que compra para revender e com 70 anos de idade, sua alegria é pertencer ao mundo da moda. "Trabalhar com brechó me fez aprender a diferença entre vintage e retrô, por exemplo. Vintage lembra-se de vinho: quanto mais velho, melhor. Vintage é o velho com cara de novo, conservado. Já o retrô é o novo com cara de velho!", diz Dona Celina. Por existir muitos brechós e bazares espalhados por Juiz de Fora, fui atrás das pessoas que fazem eles acontecerem e registrei histórias bem legais.