Projeto Quebrando o Silêncio chega a Juiz de Fora
- Camila Gonçalves
- 24 de ago. de 2017
- 2 min de leitura
Até novembro de 2016, foram registrados 2.813 casos de violência contra a mulher em Juiz de Fora. O número de denúncias é 26% maior do que o mesmo período de 2015 e supera também os registros de 2013 e 2014. Segundo dados da Delegacia da Mulher e da Casa da Mulher, o aumento dos registros é uma tendência nacional e revela que com mais informação as mulheres têm mais coragem de denunciar e buscar orientação nos órgãos responsáveis.
No último Carnaval, por exemplo, foi registrado aumento das denúncias. Mais de mil relatos foram contabilizados nesse período no Brasil, a violência física foi o principal motivo das ligações, 1.136 contatos; seguido da violência psicológica, com 671; e violência sexual, com 109. Um aumento de 90% de denúncias, segundo o governo federal.
Em Juiz de Fora, entre janeiro e abril, os casos de estupros consumados e de estupros de vulneráveis aumentaram consideravelmente, se comparado ao ano anterior.
A delegada de Mulheres, Ângela Fellet, conta como funcionam as denúncias e a relação com as estatísticas dos crimes:

QUEBRANDO O SILÊNCIO EM JF
O programa educativo e de prevenção 'Quebrando o Silêncio", desenvolvido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, que é realizado todos os anos em oito países da América do Sul (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai) está agora em Juiz de Fora.
O projeto, que começou no início dos anos 2000, tem por objetivo conscientizar as pessoas através da campanha: 'Quebrando o Silêncio', que adota estratégias de prevenção a qualquer tipo de violência e também de proteção às vítimas.
A ação, na cidade, vai ser no sábado a partir das 9h da manhã, no Parque Halfeld, e vai contar com cerca de 45 profissionais oferecendo atendimento gratuito nas áreas de psicologia, assistência jurídica, espiritual e de saúde.
Mais informações sobre o projeto e campanha no link.
OUTRAS FORMAS DE DENUNCIAR

Segundo a Delegada de Mulheres Ângela Fellet, a elaboração de um Boletim de Ocorrência é o primeiro passo para se dar início a uma denúncia de agressão doméstica. Ou no momento da agressão acionar o 190 e contatar a polícia, para que haja a prisão em flagrante do agressor. Caso isso não ocorra, o registro posterior, B.O, pode ser feito até alguns anos após o ato consumado, em casos como o estupro, por exemplo. A mulher vítima de agressão pode procurar a Delegacia da Mulher, onde será atendida pelos membros da Casa da Mulher, que oferece atendimento psicológico e assistência social. A Polícia Militar faz o registro de ocorrência e a Polícia Civil dá andamento ao caso.
Além desse passo a passo, o telefone 180 é um dos principais canais de denúncias. Duzentas e cinquenta atendentes se revezam para atender ligações, 24 horas por dia, todos os dias da semana, disponível em todos os Estados. O atendimento consiste em orientações, esclarecimento de dúvidas e registro de denúncias de agressão, tudo de forma sigilosa e segura.
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